quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Em busca de um novo olhar

Relato de um grupo de professores que trabalharam o tema Animais peçonhentos no espaço formal e não formal, e que acompanhamos durante a visita ao CEVAP.

Nosso grupo decidiu trabalhar com o tema animais peçonhentos na disciplina “Projeto Temático II” que envolve a ida a escola e realização de trabalhos com alunos, no nosso caso de 7º ano com a finalidade de apresentar estes trabalhos a toda escola e aos pais na Feira Cultural que é realizada anualmente. O tema foi escolhido primeiramente pensando em um dos contextos em que a escola está inserida, presença de terrenos baldios e córregos (ambientes que atraem esses animais), e também porque ele foi citado por um aluno que mostrou muito interesse por ele.
Após a escolha definitiva do assunto elaboramos o projeto “Conhecendo os animais peçonhentos” através do qual iríamos apresentar novos conceitos desses animais muitas vezes esteriotipados pela mídia como “maus”. Pensamos então em dar aulas sobre o tema, mas achávamos que as crianças precisam ser motivadas com novidades e atividades interativas, e que apenas aulas expositivas não as envolveriam no assunto. Além de vídeos e a presença desses animais em sala de aula, decidimos levá-las a um local em que as pessoas trabalhassem com esses animais. Já conhecíamos o CEVAP e decidimos aproveitar esse ambiente, já que ele está localizado na mesma cidade que a escola, facilitando assim o transporte das crianças.
Conseguimos a autorização da escola e dos pais e levamos, então, as crianças ao CEVAP. A visita se encaixou perfeitamente na finalização dos ensinamentos sobre as serpentes, escorpiões e aranhas, isto porque já havíamos ministrado as aulas expositivas e práticas. No CEVAP os alunos, além de entrar em contato com pessoas com uma maior experiência no tema, viram os animais sendo manuseados e passaram a mão em alguns (somente com a permissão dos monitores do CEVAP e com toda segurança necessária).
No dia de nossa visita o museu estava em reforma. O que poderia ser um empecilho, graças a disposição das funcionárias Isabela Paiva e a Priscila Modesto Silvestre, melhorou ainda mais a visita, já que mostramos apenas alguns animais focando em sua biologia, nos mitos existentes e nos possíveis acidentes causados.
Ao fim da visita as crianças estavam eufóricas, mostrando todo o entusiasmo causado por ela. Muitas idéias surgiram após o passeio, o que melhorou a elaboração dos materiais para a feira como por exemplo um dos desenhos elaborados, que foi baseado na serpente chamada de Samantho.
Vimos, portanto, que não era apenas um “achismo” nosso, as crianças precisam e devem ter aulas diferenciadas para que possamos incentivá-las nos assuntos que abordaremos. E nada é mais inovador do que ter uma aula sem ao menos perceber isto, afinal ela acontece em um local diferente daquele de todos os dias, fora das quatro paredes da sala de aula. Esta “nova aula” pode até ser entre quatro paredes novamente, porém será em “novas paredes” que trarão um novo olhar, outro ponto de vista do que será aprendido.

Bruno Spinetti, Heitor Sartorelli, Raisa Mello e Suyen Safuan

Imagens da visita à Bioexposição de animais peçonhentos CEVAP - Botucatu - SP



Fotos - Fonte: Ana Maria Cirino Ruocco


terça-feira, 29 de novembro de 2011

Analogias usadas no conteúdo de Animais Peçonhentos

Em nossos posts sobre animais peçonhentos, algumas palavras foram destacadas para representar alguns termos análogos. Estes termos puderam ser observados na explicação das monitoras do CEVAP para uma turma de alunos do 7º ano da EMEF “Jonas Alves de Araújo” que acompanhamos durante a visita. São elas:

- Escorpiões - pedipalpos: “pinças”, “mãos”

- Aranha marrom - teias irregulares: “lençol de algodão”

- Serpente cascavel - guizo: “chocalho”

- Serpente Jibóia: esporões: “unhas móveis”


Além dessas, outras analogias podem ser utilizadas a fim de tornar a aprendizagem mais eficaz

Fotos - Fonte: Google Imagens
                       Ana Maria Cirino Ruocco

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

CEVAP



O Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos- CEVAP é um Centro de Interunidade, modalidade de Unidade Complementar, que atua como Instituição de desenvolvimento e integração dentro da estrutura multi campi, realizando a articulação entre o Ensino, a Pesquisa, a Capacitação de Recursos Humanos e a Extensão Universitária sobre sua temática de atuação. Em 2006 inaugurou sua sede definitiva, com aproximadamente 2.000 m2 de área construída, na Fazenda Experimental Lageado – Campus da Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP em Botucatu.
O CEVAP investe em pesquisa e desenvolvimento biotecnológico a partir de toxinas, realiza pesquisas experimentais e clínicas, estuda a bioecologia de animais peçonhentos, além de seus comportamentos e reprodução em cativeiro, ministra cursos de Extensão, Especialização e Pós-Graduação, promove assistência e orientação à comunidade.
A atuação junto à comunidade se dá através da realização de palestras e exposições didáticas periódicas, tanto intra como extramuros (Feiras de Saúde e Meio Ambiente). O CEVAP possui um ambiente especialmente preparado para a visitação pública, onde são desenvolvidas visitas monitoradas. Nesse local, também há cerca de 30 painéis educativos com informações sobre identificação, crendices populares e sintomas causados pelos acidentes com animais peçonhentos. Animais fixados e peças biológicas também auxiliam no reconhecimento desses animais. A bioecologia dos diferentes animais, como deve se dar o encaminhamento de doentes e de animais acidentados para os locais de atendimento são alguns dos assuntos abordados durante a visita.
Serpente Samantho (Piton) presente no
museu do CEVAP
O Serpentário do CEVAP recebe visitas monitoradas da população em geral às quartas-feiras, das 9:00 às 16:00 horas. Já às terças e quintas-feiras, as visitas são agendadas com antecedência para escolas municipais. Maiores informações estão disponíveis no site do local: http://www.cevap.org.br/ ou pelos telefones 3880-7108 e 3880-7241. 




Fotos - Fonte: Ana Maria Cirino Ruocco

Visita ao Museu

Museus são conhecidos como centros de aprendizagem não formais, ou seja, espaços diferentes do espaço escolar, onde é possível realizar uma atividade educativa.
Museus de Ciências devem ser ambientes agradáveis e motivadores que têm o objetivo de explorar aspectos como o lúdico, a estética, a interatividade e a capacidade de envolver o público no tema a ser exposto, a partir de suas concepções prévias. Estes podem promover uma aprendizagem cognitiva tanto quanto em uma aula do mesmo assunto, no entanto, tem a vantagem de promover um ganho afetivo maior ao aluno, pois uma visita gera um maior interesse e é considerada mais divertida do que uma aula no ambiente escolar.
Escolas e professores têm atribuído um elevado valor educativo às visitas a museus de Ciências, porém para que ocorra um significativo desenvolvimento conceitual, é necessário que os professores que propõem a visita, definam os objetivos da mesma e preparem atividades para serem trabalhadas antes, durante e após a visita. Além disso, a visita deve estar ligada a objetivos de aprendizagem que se relacionam com as atividades escolares, ou seja, complementando o currículo escolar.
Os professores são extremamente importantes, não somente na organização da saída com os alunos, mas principalmente na preparação e adaptação da oferta do museu à seus objetivos de aprendizagem. Dessa maneira, a experiência da aprendizagem pode se tornar mais significativa tanto conceitual, afetiva e coletiva aos alunos.

Como preparar uma aula ao Visitar um Museu de Ciências – Animais Peçonhentos
A visita deve ser realizada após a aplicação do conteúdo em sala para os alunos, para que estes não fiquem perdidos quando chegarem ao espaço proposto.

OBJETIVOS: 
- Facilitar experiências pessoais e sociais em um entorno científico que promovam aprendizagem e atitudes positivas aos alunos.
- Promover um complemento aos conceitos e teoria estudados em classe.

PREPARAÇÃO
- Os professores devem conhecer o museu, ou seja, conhecendo sua oferta de modo que possam saber relacionar esta oferta aos conteúdos trabalhados em sala.
- Conhecer se os museus dispõem de materiais didáticos e se sim, utilizar estes materiais para a preparação da visita.
- Realizar alguma atividade em classe antes da visita, problematizando os alunos sobre o que eles encontrarão e observarão no museu.
- Durante a visita, o professor deve buscar estabelecer relações entre o que está sendo mostrado e explicado pelos monitores e o conteúdo que foi trabalhado em sala.
- Após a visita, os professores devem preparar uma nova atividade para ser realizada em sala. Podendo novamente utilizar os materiais didáticos do museu caso estes estejam disponíveis, ou outros tipos de materiais que preferirem. No entanto, estas atividades devem ser concretas, estando intimamente ligadas ao currículo escolar.

Os professores devem se preocupar não somente com os aspectos lúdicos e experimentais da visita, mas principalmente com a aprendizagem de conceitos e procedimentos concretos do currículo do curso que estas podem proporcionar, utilizando diferentes materiais para preparar a visita com atividades para antes e depois da mesma.
Dessa maneira, os museus elevam seu potencial pedagógico, podendo promover UMA SIGNIFICATIVA APRENDIZAGEM aos alunos, ou seja, estes devem ser capazes de estabelecer relações dos conteúdos do museu aos trabalhados em aula.

Uso de analogias e metáforas no ensino de Ciências

Como o próprio nome diz, a Base Nacional Comum refere-se ao conjunto de conhecimentos que deve ser comum a todos os alunos do ensino fundamental e médio do país, independente da escola ou região. Estabelecida a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, a Base Nacional está organizada em quatro grandes áreas do conhecimento, sendo uma delas a “Ciências da Natureza”. Nela, disciplinas como Biologia, Química e Física estão incluídas. O tema aqui tratado, “Animais Peçonhentos”, deve ser então, segundo a Proposta Curricular do Estado de São Paulo, desenvolvido na 6ª e 7ª séries do Ensino Fundamental e na 3ª série do Ensino Médio.
Porém, o mesmo não é abordado somente nos espaços formais, mas também nos não formais e informais.  
Em todos esses casos, a abordagem dada ao assunto muda de acordo com a idade do público, a região do país, entre outras variáveis, e para isso diversas estratégias e métodos podem ser utilizados. No campo biológico, é comum o uso de desenhos esquemáticos e modelos alternativos como ferramentas de transposição didática das informações de determinadas estruturas biológicas, nomes científicos ou a funcionalidade de um comportamento. A apresentação de analogias e metáforas merece destaque, já que é amplamente empregada, visto que as questões lingüísticas estão intrinsecamente ligadas ao processo de construção da ciência e do conhecimento individual do ser humano.
As analogias, mais exploradas que as metáforas, auxiliam na aprendizagem, pois utilizam referências do cotidiano do aluno, com uma linguagem mais acessível. No entanto, vale ressaltar que o uso não planejado desses recursos didáticos pode causar confusões e favorecer o surgimento ou a manutenção de concepções alternativas inadequadas nos alunos.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Serpentes mais conhecidas

      Existem quatro gêneros de serpentes peçonhentas: a Jararaca, a Cascavel, a Surucucu e a Coral Verdadeira.
- Jararaca (Bothrops sp.): é uma serpente que habita o Cerrado e regiões de matas ciliares e seu veneno é do tipo proteolítico (ação necrosante). Sua picada provoca inchaço, vermelhidão, necrose do tecido e pode surgir hemorragia que pode levar à insuficiência renal e, conseqüentemente, a óbito. O único tratamento para a picada desse animal (como das demais serpentes) é o soro antiofídico. A vítima que sofrer um ataque por serpentes peçonhentas deve ser removida com calma do local do acidente (porque maior agitação faz com que o veneno se espalhe com mais rapidez) até uma unidade de saúde.

- Cascavel (Crotalus sp.):  tem como habitat o Cerrado, mas também freqüenta áreas próximas a plantações de grãos. Essas plantações são locais de moradia de ratos e outros roedores, alimento preferido desse tipo de serpentes. Na zona rural, se houver ratos no interior de uma residência, pode acontecer de uma serpente invadir o local a procura de seu alimento favorito. Os ataques por parte de cascavéis são em menor número do que os da Jararaca por um motivo: as cascavéis avisam, antes de atacar, tocando o seu famoso guizo (chocalho) localizado no fim da cauda.
O veneno da cascavel é neurotóxico, atacando o sistema nervoso central. O veneno provoca paralisia da musculatura, microcoágulos do sangue e também insuficiência respiratória e renal, podendo levar à morte.

- Surucucu (Lachesis SP): ocorre com mais freqüência na região Amazônica e é considerada a maior serpente venenosa da América do Sul, podendo chegar a 3,5 metros. O veneno da surucucu é tanto neurotóxico como proteolítico. Oberdan Coutinho disse que “é como se a pessoa fosse picada por uma jararaca e uma cascavel, ao mesmo tempo”.

- Coral verdadeira (Micrurus sp.): é a serpente que possui menos registro de acidentes porque ela habita galerias subterrâneas e cupinzeiros. Outro fator que faz com que o número de acidentes causado por Corais seja pequeno é a localização muito recuada, dentro da boca do animal, do dente que inocula o veneno na vítima. Porém, se a serpente conseguir picar um humano, o acidente é de alto risco à vida, atacando o sistema nervoso central, e pode ser letal.

São chamadas de cobras não-peçonhentas as cobras que não possuem os chamados dentes inoculadores de veneno, ou seja, ainda que possuam o veneno, mas não têm a presa necessária para injetar esse veneno em suas vitimas.
As principais serpentes não-peçonhentas são:
- Jibóias: são carnívoras, alimentam-se de aves e roedores de pequeno e médio porte e lagartos. Tem hábitos noturnos. Podem atingir 4 m. Possuem esporões (resquício de cintura pélvica) - "unhas móveis" para segurar a fêmea durante a cópula.
- Muçuranas: são ofiófagas, ou seja, se alimentam de outras cobras, inclusive as peçonhentas. Mede até 2,40 m.
- Sucuris: alimentam-se de veados, peixes, capivaras, tartarugas, jacarés e até de bezerros. Em raros casos, homens. Atingem no máximo 10 m.
- Caninanas: alimentam-se de pequenos pássaros, pintinhos e camundongos. É agressiva, apesar de não venenosa.
- Corais falsas: têm hábitos noturnos e subterrâneos. Alimentam-se de filhotes de pássaros, insetos (especialmente gafanhotos) e de pequenos roedores.
Algumas espécies, como jibóias e sucuris matam suas presas por asfixia, visto que se enrolam ao redor do corpo da vítima. Matam por constrição e engolem a presa inteira sem mastigação. Todo o processo de digestão acontece no estômago.
Acidentes com cobras não-peçonhentas podem acontecer, já que uma mordida pode causar inflamação local e muito prurido.


Fotos - Fonte: www.cevap.com.br

Serpentes

As cobras chamadas não-venenosas ou não-peçonhentas – cerca de 81% das espécies conhecidas – têm presas não-articuladas ou seja, produz um veneno que aflora em sua cavidade bucal e atua na digestão do alimento, mas não possuem presas inoculadoras para introduzir a peçonha na vítima.

Serpentes peçonhentas possuem cabeça triangular e pupilas verticais? - MITO
Na Europa e África, as serpentes peçonhentas podem ser identificadas por ter pupilas verticais e cabeça triangular, mas essa regra não se aplica na América do Sul, inclusive no Brasil. A jibóia tem cabeça triangular, mas não é peçonhenta, ao passo que a coral verdadeira é peçonhenta, mas não tem cabeça triangular.
No Brasil e em toda a América do Sul, a identificação só pode ser feita pela fosseta loreal, orifício localizado entre o olho e a narina que atua como uma visão infravermelha, capaz de perceber variações de calor num raio de até 5m e detectar a presença, tamanho, distância e movimentos de animais de "sangue quente" (aves e mamíferos). Com exceção da coral, todas as serpentes peçonhentas brasileiras possuem fosseta loreal.
A grande maioria das corais brasileiras apresentam anéis coloridos no corpo (vermelhos, amarelos, brancos e pretos). Algumas serpentes não-peçonhentas, conhecidas como falsas-corais, são muito parecidas com as corais verdadeiras. No Brasil e América do Sul, para não correr riscos, é melhor considerar toda serpente que possua fosseta loreal ou anéis coloridos no corpo como peçonhenta.

Acidentes com humanos
No Brasil de hoje, a cada ano registram-se cerca de vinte mil casos de acidentes por picada de cobra e destes, 110 evoluem para óbito – em 60% dos casos, devido a atendimento tardio. Geralmente as cobras picam do joelho para baixo. Outros 20% dos acidentes ocorrem nas mãos e braços, ao se enfiar as mãos em tocas, troncos ocos, cupinzeiros ou outros locais que possam abrigar animais peçonhentos.

Medidas preventivas
- Uso de botas de cano alto evita 75% dos acidentes. Antes de calçá-las, é bom verificar se não há cobras, aranhas ou escorpiões escondidos.
- Não manipular intencionalmente cobras que possam ser venenosas, a menos que se seja um especialista treinado. Presas extraídas voltam a crescer e mesmo serpentes mortas há horas – ou mesmo suas cabeças decapitadas – podem, por reflexo, picar e injetar veneno.
- Quintais, plantações e terrenos que acumulam lixo e vegetais podres atraem ratos, e ratos atraem cobras.
- Desmatamentos e queimadas também podem provocar mudanças nos hábitos dos animais, que acabam buscando refúgio em celeiros, paióis e dentro das casas.

CURIOSIDADE
A lenda que diz que certas cobras mamam leite nas vacas deve-se ao fato de que estas caçam os ratos que vivem em estábulos. Assim, é mais fácil ser picado por uma cobra em um sítio mal cuidado ou dentro de uma cabana cheia de ratos do que na selva.

Tipos de dentição: 
Ø Áglifa: dentes maciços. Não inoculam veneno. Exemplos: sucuri, jibóia, etc.
Ø  Opstóglifa: possuem um ou mais pares de dentes posteriores ao maxilar superior, com sulcos por onde escorrem o veneno. Exemplo: falsa coral, muçurana, etc.
Ø Proteróglifa: possuem presas anteriores caniculares, por onde pode escorrer o veneno. Exemplo: coral verdadeira e serpentes marinhas.
Ø  Solenóglifa: possuem grandes presas anteriores dotadas de canal central, por onde passa o veneno. Exemplo: cascavel, jararaca, surucucu, urutu, etc.








Fotos - Fonte: www.cevap.com.br









Artrópodes - Aranhas

Na cabeça têm dois pares de apêndices: as quelíceras, em forma de ferrão, e os pedipalpos (também chamados de palpos), que são utilizados para manipular alimentos. A boca fica entre os palpos. As que são consideradas de interesse médico são do gênero Loxosceles (aranha-marrom), Phoneutria (aranha armadeira) e a Latrodctus (viúva-negra).

- Aranha armadeira (Phoneutria sp.): as aranhas armadeiras possuem esse nome porque quando ameaçadas assumem uma postura ameaçadora, apoiando-se com as patas traseiras e mantendo as duas dianteiras levantadas, numa posição de bote. Pode ser encontrada em lugares escuros, cachos de bananas, sapatos, vegetação, etc. Pode ser reconhecida pela sua cor cinza ou castanho escuro, corpo e pernas com pêlos curtos, perto dos ferrões os pêlos são vermelhos e atingem até 17cm de comprimento quando adultas (incluindo as pernas).
            As aranhas armadeiras têm um veneno super potente, que tem efeito neurotóxico e cardiotóxico. Uma mínima quantidade é capaz de até mesmo causar a morte em poucas horas, dependendo da espécie animal. Quando o indivíduo é picado apresenta diversos sintomas que podem ajudar a identificar a espécie. O local afetado geralmente fica com aspecto vermelho, inchado, apresentando sudorese. A pessoa pode manifestar ainda tonturas, visão turva, e em alguns casos vômitos. Pode ainda verificar uma aceleração nos batimentos cardíacos.            
            As pessoas que forem atacadas devem procurar com agilidade um posto que tenha profissionais capazes e medicamentos adequados para que seja revertida a situação a tempo de não causar danos maiores ao paciente. E sempre que possível levar  o aracnídeo junto com você dentro de alguma vasilha hermeticamente fechada.

- Aranha marrom (Loxosceles sp.): É considerada uma aranha doméstica, ou seja, vive entre os seres humanos, não sendo exclusivamente silvestre. Por isso, os acidentes são, de certa forma, mais fáceis de ocorrer. Possuem cerca de 1,5 cm. Não são agressivas, picam somente quando são comprimidas ao corpo, como por exemplo, quando vestimos uma calça, um sapato, um boné, etc. É uma aranha que vive em teias irregulares (parecidas com um lençol de algodão) construídas em tijolos, telhas, barrancos, cantos de parede, etc. Os acidentes são raros, porém geralmente são graves. A picada provoca dor semelhante à queimadura de cigarro, e algumas horas após, edema local e necrose. Pode apresentar mal estar geral, náuseas, febre e, ocasionalmente, urina cor de coca cola.
Tratamento: soroterapia.

- Aranha viúva-negra (Latrodectus sp.): são aranhas pretas com manchas vermelhas no abdome. As fêmeas têm de 2,5 a 3 cm e os machos podem ser de 3 a 4 vezes maior. Vivem em teias construídas em vegetações rasteiras, arbustos, barrancos, etc. Para as espécies brasileiras de viúva negra, não são produzidos soros, pois os acidentes são raros e geralmente são de média ou pouca gravidade.

- Aranha de grama (Lycosa sp.): possuem cor acinzentada ou marrom, com pêlos vermelhos perto dos ferrões e uma mancha escura em forma de flecha sobre o corpo. Vive em gramados e residências. São freqüentes os acidentes, mas não são graves.

- Aranha caranguejeira (Trechona sp.): As famosas caranguejeiras assustam pelo seu tamanho, mas são dóceis e seu veneno não é tóxico para humanos. Algumas pessoas as têm como animal de estimação, mas isso não é recomendado. Apesar de não terem um veneno muito tóxico, estas aranhas possuem a região dorsal do abdômen revestido por pelos (cerdas) urticantes. Quando se sentem ameaçadas as caranguejeiras podem raspar as patas traseiras no abdômen e liberar estes pelos, que podem atingir os olhos, causando lesões, ou a pele, provocando irritação e coceira.




Fotos - Fonte: www.cevap.com.br

PRIMEIROS SOCORROS - ARTRÓPODES
Geralmente os acidentes com aranhas, escorpiões ou lacraias são de baixa gravidade. Manobras como sucção do veneno ou espremer o local da picada não possui efeito algum. Geralmente, picadas desses artrópodes provocam apenas dor local, intensa ou moderada. Em caso de acidentes com menores de 7 anos de idade ou pessoas debilitadas, o procedimento mais indicado é o socorro no Hospital Vital Brasil, do Instituto Butantan.

domingo, 20 de novembro de 2011

Artrópodes - Escorpiões

Tem geralmente hábitos noturnos, ficando escondidos durante o dia em seus abrigos e saindo à noite para caçar e se reproduzir.
Alimentam-se de insetos e aranhas. Seus inimigos naturais são as aves, lagartixas, mamíferos.
Alguns escorpiões são partenogenéticos, isto é, não necessitam do macho para procriar. Os filhotes, ao nascerem, permanecem no dorso da mãe, onde irão sofrer mudas até que possam alimentar-se sozinhos. Os mesmos já nascem com uma reserva nutritiva que lhes permite ficar um tempo sem comer. Alcançam a idade adulta em torno de um ano.
            O grande problema dos escorpiões é o veneno, que pode ser tóxico aos homens, em maior ou menor grau, dependendo da espécie. É importante lembrar, porém, que as espécies que realmente causam acidentes graves, estas sim consideradas perigosas, não passam de 25 dentro de um grupo de mais de 1500 espécies. Além disso, dessas 25, apenas cinco são encontradas no Brasil.
O escorpião-preto (Bothriurus araguayae), por exemplo, que é abundante em algumas cidades do estado de São Paulo, vem causando pânico em muitas pessoas apesar de não causar mais do que dor com sua picada.
As principais espécies responsáveis por casos graves são os escorpiões amarelo (Tityus serrulatus) e marrom (Tityus bahienses), nessa ordem de periculosidade.
     Escorpião amarelo (Tityus serrulatus): apresenta tronco marrom-escuro, pedipalpos (mão/pinça) e patas e cauda amarelados. Medem de 6 a 7 centímetros. Podem ser encontrados desde a margem direita do rio São Francisco até a fronteira Paraná – Santa Catarina. É muito comum em Minas Gerais (especialmente em Belo Horizonte) e no Estado de São Paulo. É um escorpião que pode ser encontrado facilmente em ambientes urbanos.

     Escorpião marrom (Tityus bahiensis): esta espécie é muito venenosa, ao contrário do preto. O crescimento desordenado de importantes centros urbanos propicia condições cada vez mais favoráveis à instalação e proliferação desses animais junto a regiões habitacionais em ambientes peri (próximo) e intradomiciliares. Apresenta colorido geral marrom-escuro, às vezes marrom-avermelhado, pernas amareladas com manchas escuras. Os pedipalpos (mãos) do macho são bem dilatados. Possuem uma mancha nos pedipalpos (também chamado de pinças). É um escorpião muito comum, sendo encontrado nos mesmos locais do escorpião amarelo, além de ser encontrado também em algumas regiões de Mato Grosso e de Santa Catarina. É o mais comum em São Paulo. É encontrado em campos e matas ralas, procurando refúgios em cupinzeiros, debaixo de pedras, fendas de barrancos, etc.


Fotos - Fonte: www.cevap.com.br


Sintomas em casos de acidentes: (efeitos no homem): O veneno dos escorpiões é neurotóxico, obedecendo aos seguintes critérios de gravidade: leve (apenas dor moderada/ não precisa ser tratado com soro); casos médios (dor intensa no local, sudorese/ necessidade de soro); casos graves (dor muito intensa, hipotermia, sudorese, aumento da pressão sangüínea, náuseas e vômitos/ necessidade de soro).



Tratamento: Soro, se necessário.

Medidas preventivas:
- Evite o amontoamento de sapatos, roupas e utensílios domésticos. Antes de usar, sacuda e examine tais objetos.
- Mantenha berços e camas afastados da parede.
- Evite o acúmulo de ferro velho, telhas e tijolos perto de residências.
- Limpe constantemente ralos de banheiros e cozinhas.

Primeiros socorros: - Lavar o local com água e sabão, transportar o acidentado rapidamente à uma unidade de saúde para a aplicação do soro específico, se necessário. Manter o acidentado em repouso e levar, se possível, o animal que causou o acidente, para a identificação.

Animais peçonhentos x venenosos


ANIMAIS VENENOSOS
Os animais venenosos são animais que produzem veneno. Sapos e borboletas, por exemplo, possuem um mecanismo de ação passiva, ou seja, é preciso a interferência do predador para que o seu veneno, na maioria dos casos presente na pele, seja ativado.
Veja um EXEMPLO: uma serpente, ao tentar engolir um sapo, irá sofrer uma irritação em sua mucosa bucal, causada pelo veneno expelido pela presa. 



ANIMAIS PEÇONHENTOS:
Animais peçonhentos são aqueles que além de venenosos ou seja, produzem uma substância tóxica (veneno), apresentam um aparelho especializado para inoculação desta substância, que é o veneno. Eles possuem glândulas que se comunicam com dentes ocos, ferrões ou aguilhões, por onde o veneno passa ativamente.
Esses animais agem por instinto de sobrevivência. Por exemplo, ao se alimentar ou se defender.
Os animais peçonhentos estão presentes tanto em meios rurais, quanto urbanos. Cobras, aranhas e escorpiões são exemplos desses animais e serão detalhados em posts futuros.



Problemas de acidentes com humanos
Esses acidentes ocorrem, pois os animais agem por instinto de defesa. E, geralmente, a maior parte dos acidentes ocorre por descuido ou imprudência humana.
- Ao colocar o pé no sapato sem olhar em seu interior, uma pessoa pode comprimir um animal que estaria alojado ali dentro, aumentando as possibilidades de uma picada como reação.
- Provocar queimadas nos entulhos de um terreno, pisotear e encurralá-lo oferecem riscos à sua vida e eles tendem a fugir para os meios urbanos.
- Não controlar a quantidade de baratas, moscas e pequenos roedores, possíveis alimentos dos animais peçonhentos, aumentam a incidência de seu aparecimento, tornando-se um dos principais fatores dos índices de lesões causadas por eles.
Quando não são prestados os cuidados necessários em um acidente causado por animal peçonhento, a situação da vítima pode se agravar. Crianças, idosos ou pessoas com o organismo debilitado estão mais propensas a esses casos.
Portanto, é fundamental levar a pessoa ferida ao hospital, para tratamento e se necessário, aplicação do soro antiofídico

 Vídeo - Fonte: Ana Maria Ruocco, Carla Teixeira, Cíntia Herrero, Juliana Stahl, Marina Frassom e Ricardo Utsunomia, 2010