Relato de um grupo de professores que trabalharam o tema Animais peçonhentos no espaço formal e não formal, e que acompanhamos durante a visita ao CEVAP.
Nosso grupo decidiu trabalhar com o tema animais peçonhentos na disciplina “Projeto Temático II” que envolve a ida a escola e realização de trabalhos com alunos, no nosso caso de 7º ano com a finalidade de apresentar estes trabalhos a toda escola e aos pais na Feira Cultural que é realizada anualmente. O tema foi escolhido primeiramente pensando em um dos contextos em que a escola está inserida, presença de terrenos baldios e córregos (ambientes que atraem esses animais), e também porque ele foi citado por um aluno que mostrou muito interesse por ele.
Após a escolha definitiva do assunto elaboramos o projeto “Conhecendo os animais peçonhentos” através do qual iríamos apresentar novos conceitos desses animais muitas vezes esteriotipados pela mídia como “maus”. Pensamos então em dar aulas sobre o tema, mas achávamos que as crianças precisam ser motivadas com novidades e atividades interativas, e que apenas aulas expositivas não as envolveriam no assunto. Além de vídeos e a presença desses animais em sala de aula, decidimos levá-las a um local em que as pessoas trabalhassem com esses animais. Já conhecíamos o CEVAP e decidimos aproveitar esse ambiente, já que ele está localizado na mesma cidade que a escola, facilitando assim o transporte das crianças.
Conseguimos a autorização da escola e dos pais e levamos, então, as crianças ao CEVAP. A visita se encaixou perfeitamente na finalização dos ensinamentos sobre as serpentes, escorpiões e aranhas, isto porque já havíamos ministrado as aulas expositivas e práticas. No CEVAP os alunos, além de entrar em contato com pessoas com uma maior experiência no tema, viram os animais sendo manuseados e passaram a mão em alguns (somente com a permissão dos monitores do CEVAP e com toda segurança necessária).
No dia de nossa visita o museu estava em reforma. O que poderia ser um empecilho, graças a disposição das funcionárias Isabela Paiva e a Priscila Modesto Silvestre, melhorou ainda mais a visita, já que mostramos apenas alguns animais focando em sua biologia, nos mitos existentes e nos possíveis acidentes causados.
Ao fim da visita as crianças estavam eufóricas, mostrando todo o entusiasmo causado por ela. Muitas idéias surgiram após o passeio, o que melhorou a elaboração dos materiais para a feira como por exemplo um dos desenhos elaborados, que foi baseado na serpente chamada de Samantho.
Vimos, portanto, que não era apenas um “achismo” nosso, as crianças precisam e devem ter aulas diferenciadas para que possamos incentivá-las nos assuntos que abordaremos. E nada é mais inovador do que ter uma aula sem ao menos perceber isto, afinal ela acontece em um local diferente daquele de todos os dias, fora das quatro paredes da sala de aula. Esta “nova aula” pode até ser entre quatro paredes novamente, porém será em “novas paredes” que trarão um novo olhar, outro ponto de vista do que será aprendido.
Bruno Spinetti, Heitor Sartorelli, Raisa Mello e Suyen Safuan
Imagens da visita à Bioexposição de animais peçonhentos CEVAP - Botucatu - SP
Fotos - Fonte: Ana Maria Cirino Ruocco |